A capa é simples: fundo roxo com “Obras completas de M. Teixeira Gomes” escrito em maíusculas brancas, seguido, por baixo, do título do livro, Gente Singular, em letras também maíusculas mas menores. O facto de a capa se demonstrar tão simples e o título referir pessoas únicas/raras (significado de singular), desperta-me a atenção por ser tão grande contraste. Talvez a obra fale de pessoas sem igual, situadas num lugar onde a sua invulgaridade é comum.
Tendo nascido e sido criada no Algarve, todo o livro de Manuel Teixeira Gomes, e em particular o conto Gente Singular , relembram-me um pouco a minha infância, mas sobretudo as histórias que a minha mãe costumava contar sobre a sua infância. Este conto é mesmo um despertar para a realidade, para a mudança que ocorreu em não muito mais do que vinte anos. Ler histórias de um Algarve sem luz, sem casas-de-banho, onde, de certeza, não se via a tão grande e frequente afluência de turistas às nossas praias.
Apesar do tom humorístico de todo o livro, este desperta a minha humildade e faz-me estar grata por todas as facilidades que possuo hoje em dia, enquanto para as pessoas de outro século não passavam de sonhos que pareciam estar a anos-luz de distância.
Aconselhava, sem dúvida, esta obra a qualquer pessoa, mas sobretudo acho que deve ser lida por todos os algarvios. Daquilo que sei do estudo da história e das memórias dos meus pais e avós, penso que este livro transmite completamente o Algarve de não há muito tempo, mas muito, muito diferente.
Gente Singular não só tem uma certa componente histórica, como nos mostra humoristicamente a unicidade do povo algarvio. De facto, como ele não há outro.
Gomes, Manuel Teixeira, Gente Singular, 4ª Edição, Bertrand Editora, Novembro de 1988.
Rita Ribeiro, 12º A1
Sem comentários:
Enviar um comentário