BIBLIBLOGUE ESJAC - TAVIRA

Blogue da Biblioteca da Escola Secundária do Agrupamento de Escolas Dr. Jorge Augusto Correia - Tavira. "LER É SONHAR PELA MÃO DE OUTREM." Fernando Pessoa (Bernardo Soares), Livro do Desassossego.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Uma leitura de «Juntos ao luar», de Nicholas Sparks


O livro que acabei de ler tem como título Juntos ao Luar. Na sua capa, tem ilustrado três cavalos cavalgando livremente num campo plano com luz do pôr-do-sol ou luz da lua cheia. Na sua contracapa, encontra-se a mesma imagem dos cavalos, mas num plano maior.

Nicholas Sparks, autor deste livro, conta em todos eles romances fictícios. Em cada livro, existe um casal apaixonado, uma das suas personagens tem uma doença e no final das suas histórias alguém acaba por falecer.

Nicholas Sparks nasceu no dia 31 de Dezembro de 1965, em Omaha, Nebraska, América do Norte. Nicholas viveu a sua juventude em Fair Oaks, na Califórnia e vive actualmente na Carolina do Norte com a família. Foi premiado com uma bolsa de estudos da Universidade de Notre Dame pelos seus excelentes resultados e, em 1988, licencia-se em Economia. Curiosamente, o seu sonho era tornar-se atleta de alta competição, sonho de que teria de abdicar devido a um grave acidente. Iniciou-se a escrever enquanto trabalhava como delegado de informação médica e, mais tarde, surge Theresa Park, agente literária, que se propôs representá-lo, vendendo os direitos do seu primeiro romance, Diário da Nossa Paixão, à Warner Books.


Juntos ao Luar conta-nos uma história romântica entre dois adolescentes, John e Savannah, que têm estilos de vida muito diferentes mas que acabam por se cruzar. E, à medida que se vão conhecendo, vão-se apaixonando dia após dia. John é um jovem incompreendido sem uma familiar que possa fazer ultrapassar os seus medos, as suas incertezas e as suas dúvidas normais de um adolescente. É, também, um rapaz que não se interessa muito pela vida, não se preocupa com o que possa vir a acontecer amanhã e não tem qualquer objectivo. Mas, um dia, resolve fazer com que o seu pai tenha orgulho nele, alistando-se no serviço militar.
Savannah, pelo contrário, é uma jovem que se interessa pelo futuro e ajuda os que mais precisam. É uma óptima amiga para todos que se encontram mais próximos. Porém, tinha acabado de sair de uma relação que tinha marcado a sua personalidade. Apesar de os dois serem diferentes, encaixam-se na perfeição e não é só por acaso que os opostos se atraem. John traz para a vida de Savannah um pouco de aventura que tem na sua vida e a Savannah fá-lo conhecer uma parte da vida mais séria que ele desconhecia. Então, descobrem-se e ajudam-se um ao outro, dizendo segredos e medos para ultrapassar as barreiras da vida.
Com o convívio que John vai tendo com Savannah, acaba por descobrir que o seu desinteresse pelo seu pai vinha por este ser portador de uma doença (Síndrome de Asperger). Essa doença leva o pai a não ter muitos assuntos para falar a não ser sobre a sua paixão pela colecção de moedas, o que faz com que John o comece a amar e a compreender. Mas, nem tudo tem de ser bom, porque John tem de voltar para a sua carreira militar e Savannah à sua rotina diária. No entanto, prometem esperar um pelo outro, até que John consiga a transferência para voltar a ficar perto de Savannah. Entretanto, trocam cartas e telefonemas.
Mas, a distância entre eles foi muito má, pondo em perigo o namoro.Quando estava a aproximar-se a data de poder voltar a ver Savannah, acontece o infeliz acidente do 11 de Setembro, o que fez o seu namoro ficar por um fio. Ele não voltaria tão cedo para perto de Savannah porque tinha sido destacado para o Iraque, e ela teria de continuar a sua vida. Uma última carta traz o fim desta história de namoro. Nada poderia voltar a ser o que era, porque Savannah tinha acabado de encontrar um outro amor.
Alguns anos depois, John volta para enterrar o seu pai. Savannah tinha-se casado com um amigo de infância que também era amigo de John. Ela estava igual, com a mesma beleza e com o mesmo brilho. Quando se encontraram, perceberam que ainda se amavam. Agora a vida de Savannah era cuidar da sua fundação para crianças com deficiência e cuidar do seu marido que era portador de um cancro de pele, um vida com dores mas compensadora pelo carinho e pela pessoa que era o seu marido. Apesar de pensarem que tudo poderia a voltar o que era, John não poderia autorizar a separação do casal. E entre ficar com a mulher da sua vida e permitir um resto de uma vida feliz ao seu amigo, John escolhe a segunda.
Entre a sobrevivência de um amor a uma distância e tempos longos, entre partidas do destino, tomam-se escolha que marcam a vida. No final da história o amor acaba sempre por ganhar.

Um momento narrativo que acabou por me cativar mais neste livro, foi a parte em que John e Savannah se encontram juntos a ver a lua cheia. Esta parecia-lhes tão grande e tão bela que acabam por se marcar na lua para se lembrarem um do outro quando observassem a lua, em qualquer parte onde estivessem. É este momento que me cativa mais por ser bastante romântico e por ser um fenómeno que acaba mesmo por existir em todo o lado e fazer-nos lembrar alguém especial de cada vez que vemos a Lua.
Nicholas Sparks tem uma escrita bastante cativante que nos leva a querer saber sempre o que vem a seguir. Talvez pela sua simplicidade na escrita, usando o sonho presente na sua mente e depois pondo magia nas suas palavras. É simplesmente espectacular.
Esta obra tem uma grande relevância para mim, porque é um tipo de livro que não acaba com “felizes para sempre”. A vida real não é bem assim, e eu dou valor a esses livros que podem vir a ser comparados com a vida real de alguém que conhecemos.

SPARKS, Nicholas, Juntos ao Luar, trad. de Alice Rocha, 14ª ed., Editorial Presença, Lisboa, 2006, 263 p. (Grandes Narrativas, 335)

Ricardo Mascarenhas, 12º A2

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