Na Sombra da Crítica
A obra A Sombra do Vento é um dos livros mais vendidos em Espanha. O primeiro impacto que podemos ter ao visualizar o livro é que este se trata de uma escrita séria para um público-alvo mais velho, pois na capa encontram-se duas pessoas, possivelmente pai e filho, a passear numa rua, num dia nublado. Quanto à contra-capa, apenas se encontra uma fotografia do autor, sem grande notabilidade.
Esta obra é o sexto livro do autor. Carlos Ruiz Zafón, nascido, em Barcelona, em 1964, é um dos mais célebres escritores de Espanha, tendo já ganho o prémio Ebedé de literatura com o seu primeiro romance, O Príncipe da Névoa. O seu livro de maior sucesso é A Sombra do Vento, pois este já vendeu mais de seis milhões de cópias pelo mundo. As suas obras são traduzidas em mais de quarenta línguas, tornando-o numa das maiores revelações literárias dos últimos tempos.
A Sombra do Vento conta-nos uma história passada em Barcelona, na primeira metade do séc. XX, desde os últimos esplendores do Modernismo até às trevas do pós - guerra. A personagem principal é um rapaz chamado Daniel, órfão de mãe, que quando está prestes a fazer onze anos de idade, o seu pai leva-o ao cemitério dos livros esquecidos. Este escolhe um livro intitulado A Sombra do Vento. O mistério começa quando não existem outros livros do autor à venda e Daniel é quem tem o único exemplar da obra, já que os outros tinham sido todos queimados. Então, o mistério começa a surgir. Onde será que estão o resto dos livros? Por que terão sido queimados? A única certeza é que quem acaba por ler um livro daquele autor envolve-se de tal maneira na história que apenas quer mais e mais livros do mesmo.
Um momento que me marcou nesta história foi quando Daniel falou sobre uma caneta que já teria pertencido a Victor Hugo. Daniel sempre pensou em escrever uma carta à sua mãe mas acabou por desistir dessa idéia, começando a escrever uma obra-prima. O seu pai ofereceu-lhe um lápis para este poder escrever, mas tinha uma fixação tão grande pela caneta que dizia que apenas conseguia ter uma obra-prima se conseguisse escrever com a caneta.
“ Uma anemia de invenção assolava a minha sintaxe e os meus voos metafóricos recordavam-me os dos anúncios de banhos efervescentes para os pés que costumava ler nas paragens dos eléctricos. Eu culpava o lápis e ansiava pela caneta que havia de me converter num mestre”
(p. 44)
(p. 44)
Quanto à escrita do autor, este recorre ao discurso directo, usa muitas descrições e dá grande uso às comparações e metáforas.
Na minha opinião, esta obra é algo de outro mundo. Trata-se de um livro sobre outro livro. Mexe com as emoções, devido ao facto de a personagem principal não ter mãe e pelo mistério do que aconteceu ao autor do livro. Considero esta obra sublime e há-de ser, tal como se encontra na obra, um livro que manterei sempre vivo.
ZAFÓN, Carlos, A Sombra do Vento, tradução de J. Aguilar, 8ª ed., Dom Quixote, Lisboa, 2006, 507 p. (Ficção Universal).
Rafael Santos, 12º A2
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