
BIBLIBLOGUE ESJAC - TAVIRA
sábado, 18 de abril de 2009
sexta-feira, 17 de abril de 2009
O NOSSO LUGAR NO UNIVERSO

Qual é o papel do Homem no Universo? Será o nosso papel essencial, pré-determinado, ou será que é o acaso que vai ajudando a definir o nosso caminho? Como admitir o acaso no Universo quando este é tão minucioso, tão perfeito ao ponto de uma minúscula partícula, o electrão, ser um elemento de notável importância?
Se cada ser humano tem na sociedade um papel importante e essencial para que tudo funcione, será o Universo como a nossa sociedade necessitado de todo o conjunto para funcionar? Assim teríamos um lugar essencial, pois como acontece com qualquer membro da sociedade, em que a sua existência e as suas acções contribuem para o equilíbrio do meio social, também a nossa presença contribuiria para o equilíbrio do Universo. Talvez também possamos comparar o Universo a um relógio: por exemplo, basta haver um mecanismo fora do sítio ou que deixe de funcionar, para que toda a harmonia se transforme. Se assim for, também temos um lugar especial, pois se não existíssemos o Universo também não existiria, pelo menos como o conhecemos.
Mas vendo bem, o nosso papel pode ser temporário admitindo que a humanidade terá um fim. Será que o nosso papel é preparar terreno para algo grandioso?
Considero que nada existe sem uma finalidade. Existimos por algum motivo.
Ou talvez a humanidade seja não um meio para atingir um fim, mas sim a própria finalidade. Eu apoio a ideia de alguns cientistas, de que o propósito da existência do universo é a criação, não de vida, mas sim de inteligência. Digo isto pois nós, seres humanos, consideramo-nos seres perfeitos ou superiores. Porquê? Porque temos uma característica que nenhum outro ser vivo ou animal tem. Conseguimos raciocinar, conseguimos pensar de um modo lógico, conseguimos controlar os instintos através da capacidade analítica e crítica.
Se formos ver a forma como a vida evoluiu verificamos que, ao longo da evolução, as espécies foram ganhando inteligência para ultrapassar obstáculos que os seus antepassados não conseguiram e toda esta evolução levou à criação da nossa espécie: o homo sapiens sapiens, o ser inteligente. Mas se, por hipótese, a vida biológica acabar? Logo a inteligência também. Ou esta pode permanecer na robótica? Admitamos que a inteligência, os sentimentos, as emoções são produto da quantidade de impulsos eléctricos enviados pelo e para o cérebro e a capacidade de recepção dos mesmos por parte do corpo. Os cientistas já criaram sistemas neurológicos em robôs, mas muito primitivos quando comparados com a nossa actual complexidade. Então, talvez num futuro indeterminado os robôs ganhem “vida” povoando o universo e preservando a inteligência, se este for de facto o propósito do Universo.
Em conclusão, talvez sejamos a própria essência da existência do Cosmos. Ou talvez não. Temos de certo um lugar, um papel, só não sabemos qual é. É esse segredo que vai alimentando a nossa existência e nessa dialéctica entre sermos causa e consequência, vamos encontrando um sentido para o nosso ser.
Pedro Fernandes, nº 25, 10º A2
Texto redigido no âmbito da comemoração do Dia Internacional da Filosofia/ Propostas da Associação de Professores de Filosofia, sob a responsabilidade da Prof. Alberta Fitas
VI Prémio Pilar Moreno Díaz de Peña
O projecto foi desenvolvido durante o primeiro e o segundo períodos sob orientação da professora Inês Pinheiro.
A apreciação dos projectos decorreu no final do mês de Março sendo atribuído ao mesmo o 3º Prémio.
Este prémio é o resultado do trabalho, dedicação e empenho demonstrados pelos alunos.
sexta-feira, 6 de março de 2009
Relatório da Visita ao Museu Nacional de Etnologia

Hora de partida – 7:30H
Hora de chegada a Tavira – 20:30H
Professores acompanhantes: Anna Alba Caruso, Maria Alberta Fitas e Rui Carmo

Primeiro, fomos acompanhados de uma guia visitar as Galerias da Amazónia onde, primeiramente, vimos as máscaras que os Wauja, uma tribo da Amazónia, usavam quando um dos seus adoecia. Essas doenças eram provocadas por um Apapatai, específico para cada doença. Os Wauja ao usarem essas máscaras, nas festas, acreditavam que o Apapatai viria a possuir essa máscara indo-se, desse modo, embora e a pessoa doente ficava curada.
Com a guia, vimos ainda, instrumentos de caça e de guerra. Os Wauja tinham uma tradição que consistia em cortar a cabeça do seu inimigo e encolhê-la em sinal de respeito pelo seu adversário. Vimos também, num mapa a localização de algumas das tribos da Amazónia, junto das quais foram recolhidos muitos objectos que pertencem ao Museu. A guia explicou-nos que apesar das tribos viverem na Amazónia não estavam de modo algum parados no tempo, pois conheciam a existência de culturas mais avançadas, em termos tecnológicos.
Foi-nos dito que os Wauja também tinham os seus passatempos, que consistiam em criar artesanato e pintar os corpos uns dos outros.
Depois de visitarmos a cultura das tribos da Amazónia, fomos desta vez sem guia, ver as Pinturas Cantadas feitas pelas mulheres de Naya (Índia).
Essas pinturas relatam acontecimentos que marcaram o Mundo e são também referentes às suas tradições. São feitas em grandes extensões de fita de papel, que eram depois de desenhadas, pintadas pelas mulheres. Para sobreviverem, essas mulheres tentam vender as suas pinturas a turistas que as visitam.

Foi interessante verificar que as pinturas representam acontecimentos tão distantes geograficamente, como o 11 de Setembro, ou tão comuns como o infanticídio, a SIDA, a discriminação das mulheres e algumas histórias da Índia, ou o horror do tsunami de Dezembro de 2004.
No final da visita reflectimos sobre a visita e verificámos que os valores mudam consoante a cultura; com os Wauja percebemos o que é uma vivência de comunhão espiritual com a Natureza e a saúde, de modo bem diferente da sociedade em que vivemos e os valores estéticos das mulheres Naya também nos surpreendem pela sua exuberância e originalidade.
Alexandre Pires Nº1 - 10ºA1
João Gonçalves Nº19 - 10ºA1
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Dia de S. Valentim
Musa da inspiração
A ti eu te convoco
Para me ajudares
Com este meu sufoco
Minha pomba branca
Com quem ando a sonhar
Por favor não me odeies
Só por eu te amar.
Escrevo este poema
A pensar em ti
Desejo por todo o mundo
Que tu estivesses aqui.
Faço esta arte
Pois o meu tempo escasseia
E porque tu és a mulher
Que o meu fogo ateia.
Peço-te por favor
Não me faças esta tortura
Porque por ti, Meu Amor,
A minha paixão sempre perdura.
Sem Ti estou sozinho
Nesta grande imensidão
Tu não gostaste de mim
E partiste-me o coração.
Sinto paixão por Ti
Mas também sinto dor
Tu és aquela mulher
TU ÉS O MEU GRANDE AMOR.
Filipe Bagarrão nº 8 10ºA2
Eu nunca pensei que me apaixonaria assim
Eu não pensava que seria o sonho de alguém
Eu não sabia que o amor mandava tanto em mim
Agora no meu coração não mora ninguém.
O meu mundo caiu no instante em que me vi sozinho
Pensava que o amor fosse fácil de se esquecer
Mas não esqueço do teu carinho
E do teu toque ao anoitecer.
E aqui estou novamente em pranto
Mas não irás ver a minha lágrima derramada
Não me levas outra vez no teu encanto
Mesmo que seja uma noite estrelada.
Eu contei-te tudo
Abri o meu coração e deixei-te entrar
Enganaste-me como se eu fosse um miúdo
Mas o passado eu lanço ao mar.
João Santos nº 14 10ºA2
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Dia Europeu da Internet Segura

Na parte da manhã, na Sala de Convívio, a Associação de Estudantes ficou responsável pela exibição de apresentações electrónicas sobre a segurança na Internet. As alunas Sofia Grácio e Mariana Morais compuseram uma letra alusiva ao tema e depois interpretaram-na para todos os alunos, durante um intervalo da manhã.



Em paralelo, na Biblioteca, a turma 11º C1 e outros alunos ali presentes assistiram à videoconferência promovida pela Equipa RTE-PTE, Direcção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular. Além di

Da parte da tarde, no auditório, houve uma palestra proferida pelo professor convidado, Alexandre Lima, bem como a repetição, na sala de convívio e na biblioteca, das actividades realizadas na parte da manhã.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Exposição - Prémio Nobel da Física
Está patente na biblioteca da Escola Secundária 3EB Dr. Jorge Correia uma exposição, realizada pelos alunos do 10º A2, sobre os Prémios Nobel da Física.
Esta exposição pretende dar a conhecer, a toda a comunidade escolar, a vida e o trabalho realizado pelos investigadores cujo resultado os levou a ser galardoados com o Prémio Nobel da Física. A referida exposição abrange os vencedores desde 1994 até 2008.
Visita este espaço que também é teu!
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Concurso «Compondo com Provérbios»
O primeiro prémio do grupo etário 15/18 anos foi atribuído a uma aluna do 11º ano , turma A1, Maria Teresa Couto, com o texto “O Sol quando nasce é para todos”, assim como o segundo prémio, como o texto “O tempo é o relógio da vida”.
O terceiro prémio foi atribuído a uma aluna do 11º ano, turma C1, Daniela Gonçalves, com o texto “Quem sai aos seus não degenera”.
Por último, na categoria de ilustração, a aluna Adelina Patraus, também do 11º ano, turma C1, recebeu o segundo prémio.
Texto: Prof.ª Manuela Beato
Fotos:Prof.ª Antonieta Couto
Temática: Igualdade
“O Sol quando nasce é para todos.”
O Sol quando nasce é para todos.
Mas nem todas as cores são iguais,
Nem todos os cheiros os mesmos
Nem todas as formas semelhantes.
O preto não é vermelho
O vermelho não é branco
O amarelo não é rosa.
No entanto, todas são cores.
O aroma do mel é quente
O da baunilha é doce
O da flor sabe a orvalho.
Todos são cheiros, rodeiam-nos,
Despertam em nós sensações,
Agradáveis ou desagradáveis,
De suaves brisas, despercebidas
Ou fortes percepções mais reprováveis.
Na forma do objecto, ou na forma do pensar
Diferimos, é certo, impossível questionar.
Alguns redondos, outros rectos,
Outros ovais, menos certos,
Uns curvilíneos, uns achatados,
Outros roliços, menos cuidados.
Magros, altos, pequenos,
Outros escuros, loiros, morenos.
Uns duros, outros flexíveis
Outros teimosos, incorrigíveis.
No enredo da arte de pensar
As diferenças são ainda mais,
Somos animais, ainda que racionais.
Fazemos escolhas e somos conscientes,
Uns precipitam-se, outros são pacientes
Uns questionam-se, são persistentes.
À nascença, recebemos a vida com amor
E crescemos, aprendendo o seu real valor.
A princípio, cheira a convidativo e sabe a florido
Tudo é novo, fantástico e colorido.
Depois, as cores vão mudando
E seguimos rumo, perdendo e ganhando.
Por fim, as cores vão-se esbatendo
E toda a nossa vida cai, quebrada pelo chão,
Todos os momentos, de grandeza e solidão,
Desaparecem, e vão morrendo.
Na Natureza, nada acontece por acaso:
A verdura das plantas, o canto das aves,
Os nervos das folhas, as raízes das árvores,
A finura da terra, a leveza da água
O rugido do leão, o azul claro do céu
O calor do Sol, a liberdade do vento,
A suave tranquilidade de uma nuvem
A imagem de uma vida num momento.
Um quadro de cores interligadas
Acentuadas, meigas ou carregadas
Pintadas a pincel de oiro.
Vivemos aqui, pertencemos aqui
A este mundo de cores, aromas e formas.
Somos parte deste universo infinito
Que nos distingue e assemelha
A cada passo, a cada nova descoberta;
Somos filhos de iguais oportunidades
Temos uma cor, temos uma forma.
O Sol, quando nasce, nasce para todos,
E fá-lo, em cada dia, entregando-se com amor,
Não distinguindo fronteiras nem formas
Nem quem nasce de outra cor.
Maria Couto, 11º A1
Temática: Tempo
“O tempo é o relógio da vida.”
Sentada sob o alpendre do meu quintal, num fim de tarde solarengo de Verão, o meu pensamento divagava fantasiosamente, recordando os tempos de infância, aqueles em que tudo na vida me sorria sem pedir nada em troca, aqueles em que vivia sem questionar o que estava de facto certo ou errado, em que tudo era brincadeira e felicidade, aqueles em que sentimentos como angústia, desânimo, desespero, tristeza não passavam ainda de meras sonoridades badaladas. Agora, já não penso assim, e tenho consciência e experiência disso mesmo. Pergunto-me inúmeras vezes se o facto de, nessa altura, ter ainda pouca consciência para questionar a vida em si e a passagem do tempo, não fazia de mim a criança mais feliz do mundo. Sendo que, no geral, esse é, na minha opinião, o principal motivo que faz das crianças as pessoas mais afortunadas. É tudo tão bom enquanto se é criança!
Mas seguimos crescendo, evoluindo e vingando, ou não, pela vida fora. E o tempo passa, despercebido e despistado, sem nos revelar os seus segredos, escapando- -nos por entre os dedos. Crescemos e, sem notarmos, ou não lhe damos o devido valor, ou não o sabemos aproveitar da maneira mais produtiva possível, fazendo com que possamos tornar a nossa existência gratificante, saudável e feliz.
Com efeito, o Homem, na tentativa de controlar melhor o seu tempo, criou o calendário e um dispositivo – o relógio – que começou a marcar o tempo. A partir desse momento, mais ninguém conseguiu ter tempo. O Homem, e a sua vida, ficaram reduzidos a horas, minutos e segundos. O relógio seguia a sua contagem e, com medo de se atrasar, prosseguia o tic-tac.
De que nos adianta possuir o mais belo e caro relógio do mundo, se não soubermos impor qualidade a todos os segundos por ele marcados? O relógio não possui a capacidade, assim como nenhuma das máquinas inventadas até hoje, de parar o tempo ou, pelo menos, de o fazer retroceder, para que possamos reviver alguns momentos e aproveitar cada milésimo de segundo, ou para recuperarmos o que deixámos escapar sem nos apercebermos ou por receio de agir em determinada circunstância, ou de aproveitar determinada oportunidade. Permite apenas “parar a contagem” do aparelho, pois o relógio da vida não se atrasa!
Portanto, se bem repararmos, durante grande parte da vida agimos mal, durante a maior parte nem sequer agimos nada, e durante toda a vida agimos inutilmente ou sem nenhum significado, porque no fundo sentimos o vazio do tempo que vivemos sem, de facto, termos vivido!
O tempo corre contra nós, portanto, viver cada segundo desse relógio, ou cada dia desse calendário, resume-se ao nosso mais difícil objectivo: o de fazer dessas míseras 24 horas e desses simples doze meses, o que faça valer uma vida!
Pergunto-me se haverá alguém que atribua o justo valor ao tempo, aproveitando--o bem e pensando que, a cada dia, morre mais um pouco. Pois, se avaliarmos bem a questão, verificamos que é um erro acreditar que a morte está à nossa frente, ou seja, no nosso futuro, uma vez que toda a nossa vida passada é já do domínio da morte! Tanto é que, à medida que crescemos e obtemos mais conhecimentos, vamos envelhecendo cada vez mais, sem ver o tempo passar.
Assim, quando penso mais aprofundadamente e conscientemente sobre o assunto, apercebo-me, subitamente, de que afinal o meu tempo não vai durar assim tanto tempo. Penso em como seria antigamente, em que os homens nasciam no tempo certo de nascer. Não havia incubadoras para os antes de tempo nem cesarianas para os fora de tempo. Em tempo, a Natureza sabia quando era tempo. E o Homem, envelhecia aos poucos, como um calmo entardecer. O tempo parecia infinito… Hoje, vai logo para a escola, e traz para casa um horário, controlador do tempo. Quando aprende a ler as horas, ganha do pai um relógio e, assim, ensinam-lhe, bem cedo, a maneira mais eficaz, de nunca ter tempo na vida! Come apressado, sem tempo. Dorme fora de tempo, exausto, ou, se for preciso, adormece antes de tempo, pois na manhã seguinte, bem cedinho, o famoso relógio, que tem todo o tempo, arranca-o da cama, proibindo-o de ficar na cama, como é sua vontade, por mais tempo. E, quando se apercebe que o tempo o perseguiu, já o relógio o fintou, e a vida lhe passou ao lado, tudo perdendo, mesmo sem nunca ter ganho.
Mas também é verdade que ninguém pode julgar o valor dos acontecimentos da vida no próprio momento, porque isso apenas o tempo o consegue fazer. E, se for caso disso, o tempo dar-lhes-á, a tempo, o valor que merecem. Assim sendo, para que os acontecimentos da nossa vida venham, mais tarde, a ter valor, é necessário que vivamos o quotidiano intensamente, marcando, como os ponteiros do relógio, a nossa vida de momentos inesquecíveis. Certamente teremos de renunciar a algumas coisas e, dependendo da opção que fizermos, podemos escolher uma vida mais tranquila, sem dependência dos relógios. Mas quem sabe se não estamos, da mesma forma, a renunciar a outras coisas, quem sabe aliciantes, envolventes e desafiantes.
Sentada no meu alpendre, o Sol iluminava a tarde com um calor aconchegante e, no fim da minha reflexão, concluí: o tic-tac do verdadeiro relógio da vida não corresponde à máquina em si, de marcação e contagem do tempo, mas à “máquina”, produzida em série ilimitada, original e personalizada, a qual temos a obrigação de manter sempre em perfeito funcionamento. É que o relógio da vida nunca se atrasa, e esse, é o nosso relógio biológico.
Maria Couto, 11º A1
"Quem sai aos seus não degenera "
Ana, uma menina de apenas treze anos, tinha muita curiosidade sobre aquele acontecimento e pedia à sua avó que lho contasse vezes sem conta, antes de cair no sono da noite. A sua avó sem nunca a contrariar, fazia-lhe a vontade todas as noites.
A família Sebastião, que viveu naquela casa, era uma família de classe social alta. Muitos pobres nem se atreviam a chegar perto de tais fidalgos, muito menos do Senhor Sebastião, que impunha respeito onde quer que passasse. Clara, a mulher do grande fidalgo, não compreendia a atitude rígida do marido. Na verdade, ela tinha casado por vontade dos pais, amando outro homem e não aquele grosseiro que repudiava a todos os instantes.
Os grilos já cantavam, era noite completa, no meio da vegetação encontrava-se Clara, com malas feitas e a sua filha nos braços. Era a altura ideal para fugir daquela vida sem felicidade, mas alguém vinha atrás de si furiosamente. O seu marido nunca deixaria aquela situação avançar, conseguindo agarrar Camila, a filha do casal.
Anos mais tarde, Camila festejava os seus vinte anos junto do seu pai, sem nunca ter conhecimento da sua mãe, pois esse era um assunto proibido em casa da família Sebastião.
Camila, sentia-se infeliz. O seu pai não a deixava arranjar namorado e ter uma vida normal, apenas tinha a sua amiga Maria para desabafar. O Senhor Sebastião estava constantemente pedindo-lhe que aceitasse um casamento com alguém de grande classe social e sabia exactamente quem escolher, pois desde pequenina que sua filha estava comprometida sem saber. Camila farta de tanta insistência, aceitou, fazendo uma enorme alegria no coração de seu pai.
O dia amanhecera, fazia-se sentir um grande calor, e em casa do Senhor Sebastião preparava-se a cerimónia para que a sua filha conhecesse o seu futuro esposo. Camila, impaciente, desceu as escadas e ouviu vozes. Curiosa, espreitou e viu o seu pai falando com um fidalgo, mas não era um homem qualquer. Camila tinha-se apaixonado perdidamente. Radiante de felicidade, correu até ao seu quarto e falou, quase sem respiração, com a sua amiga Maria, contanto todo aquele acontecimento.
A noite chegou. Camila e Maria tinham passado a tarde no quarto fazendo planos para uma grande noite. Seria tudo espectacular. Desceram as duas para o grande salão de festas. Camila dirigiu-se para perto do seu pai. Este pediu-lhe que esperasse, não seria ainda o momento apropriado, mas o seu amor naquele momento apareceu e dirigiu-se para perto dela. O seu coração estremecia, sentia algo que não conseguia explicar.
A porta principal abriu-se, um rapaz moreno e alto apareceu, e seu pai disse-lhe que aquele seria o seu futuro esposo. Camila desejou morrer naquele instante. Afinal, nem sabia quem era aquele homem que fazia o seu coração saltar até ao paraíso. A filha do Senhor Sebastião sentiu-se na lama, quando soube, pelo seu pai, que aquele homem que desejava, ia ser o seu sogro.
Os dias seguintes amanheceram como todos os outros para as pessoas da cidade, mas para Camila pareciam negros, sentia que ia casar com alguém que nem amava, que nem conhecia, ia casar com o vazio. Porém, ao contrário do que pensava, o seu futuro sogro também se sentia atraído por ela, o que levou a que se encontrassem às escondidas durante vários meses, mesmo debaixo dos narizes do Senhor Sebastião e do futuro marido de Camila, ou seja, o pai traía o seu próprio filho e continuavam a ser os melhores amigos e confidentes.
A futura família decidiu fazer um piquenique. Era algo simples, mas que serviria para poder juntar o casal de noivos. Apesar de Camila pensar que isso nunca na vida dela iria acontecer. O pai de Camila farto de a procurar no meio do campo, mandou o seu futuro marido à procura dela. No meio da relva, estavam deitados Camila e o seu futuro sogro. O Senhor Sebastião ao ouvir gritos, levantou-se apressadamente, deitou o livro que estava a ler para o chão e começou a correr. Camila correu em direcção ao pai cheia de sangue. O seu amante estava morto, vítima de homicídio por parte do seu próprio filho. O seu noivo não aguentara ver tamanha infidelidade por parte de duas pessoas importantíssimas para si, pois ele amava mesmo Camila. Por isso, no meio de tamanha confusão, tirou uma arma do bolso, que usava sempre, e matou o seu pai. Camila, de joelhos, pediu desculpa a chorar.
O Senhor Sebastião desfez o noivado da sua filha Camila, pois o seu futuro genro encontrava-se num estado lastimoso e brevemente seria punido pelos seus actos. Camila tentou desculpar-se, mas a sua consciência estava mais pesada do que nunca, sentia-se culpada pela morte do seu grande amor.
O pai de Camila, ficou muito doente. Então, pediu aos médicos que o deixassem falar com a sua filha. Camila, mais uma vez, estava feita em lágrimas, não podia imaginar que o que estava a acontecer fosse tudo culpa dela, o seu pai doente, o seu antigo noivo louco e o seu grande amor morto.
O Senhor Sebastião pegou na mão da filha e disse-lhe para seguir a sua vida, mas ser feliz, pois quem sai aos seus não degenera. Camila era igual à sua mãe, tinha a necessidade de ser feliz. Por fim, deu-lhe uma foto da sua antiga mulher e morreu a seguir.
Camila procurou a felicidade, ajudando quem mais precisava, e encontrou um novo amor no coração de uma família pobre e muito humilde. Ainda tentou procurar a sua mãe, mas foi em vão. Ela também tinha seguido a sua vida. Quem sabe se foi muito feliz com alguém que realmente a completava.
Ana, a menina curiosa que pedira á avó que lhe contasse a história de novo, já dormia profundamente, todas as noites sonhava como Camila sonhou. Ser Feliz.
Daniela Gonçalves, 11º C1
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Festa de Natal
Durante a festa, apresentada pelo Fábio Pereira, do 12º C1, e pela professora Fátima Pires, houve muitas actua
O final do espectáculo foi guardado para a actuação da banda “Má Pão Ainda”, formada por cinco elementos, Sofia Grácio e Mariana Morais nas vozes, tocando guitarra eléctrica e piano, o Jorge no jabé, o Rui Vale no baixo e o Luís Costa na guitarra clássica.
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
Presépio Tradicional Algarvio
Exposição «Pensamentos Musicados»
Este ano, a data de 20 de Novembro constituiu-se em mais um motivo para reconhecermos a vitalidade da actividade filosófica. Ela continua a interpelar-nos, seja nos textos mais elaborados e eternos dos filósofos consagrados, seja, nos poemas de canções, tantas vezes, não devidamente apreciados, mas autênticos lenitivos que engrandecem o dia-a-dia penoso e rotineiro, destituído de Humanidade, com que vamos preenchendo o nosso calendário.
Com esta convicção, foi sugerido, às turmas do 10º Ano A1, A2 e C1, que pesquisassem em poemas e/ou excertos de canções a fala da Humanidade e que os enriquecessem com o auxílio da voz esclarecida dos filósofos e com o contributo criativo e libertador da imagem.
Porquê? Porque a Filosofia é atitude. Ela não é só discurso. Não é mera contemplação. Nem puro ócio. Como disse Séneca nas Cartas a Lucílio, "A filosofia ensina a agir, não a falar".
Eis dois dos trabalhos expostos:
Michael Jackson and Friends
Nós somos o Mundo
Nós somos o Mundo, nós somos as crianças
Nós somos aqueles que criamos um dia mais brilhante
Então vamos começar a doar
É uma escolha que estamos a fazer
Estamos a salvar as nossas próprias vidas
É verdade que nós vamos criar um dia melhor
Só tu e eu
"As crianças distinguem inequivocamente, por um lado, as regras morais propriamente ditas, consideradas obrigatórias, relativas aos conceitos de felicidade, de justiça, de direitos e fundadas na honestidade e na ideia de evitar fazer o mal, e, por outro lado, as regras convencionais, consideradas não generalizáveis e contingentes, e que manifestam regularidades da organização social. Se a criança faz esta distinção, por que razão não a efectuaria o próprio adulto? Não poderá ele singularizar no seio dos diversos ensinamentos filosóficos ou religiosos que recebe, essa parte maior de imperativos morais universais que se encontram em comum ao nível de todos os representantes da espécie, colocando em segundo plano as convenções, rituais, práticas simbólicas, de origem cultural e eminentemente relativos?"
Jean-Pierre Changeux, Uma Mesma Ética para Todos?
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Pensamentos de Guerra
Ai Timor - Luís Represas
Lavam-se os olhos, nega-se o beijo
Do labirinto escolhe-se o mar
No cais deserto fica o desejo
Da terra quente por conquistar
Nobre soldado que vens senhor
Por sobre as asas do teu dragão
Beijas os corpos no chão queimado
Nunca terás o nosso perdão
Ai Timor
Calam-se as vozes
Dos teus avós
Ai Timor
Se outros calam
Cantemos nós
Salgas de ventres que não tiveste
Ceifando os filhos que não são teus
Nobre soldado nunca sonhaste
Ver uma espada na mão de Deus
Da cruz se faz uma lança em chamas
Que sangra o céu no sol do meio dia
Do meio dos corpos a mesma lama
L. Tolstoi, Guerra e Paz
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Comemoração do IV Centenário do Nascimento do Padre António Vieira



Professora Manuela Beato
Visita de Estudo a Itálica
Pr
Área de Projecto
- Transexualidade;
- Eutanásia;
- Artes de Pesca da Ria Formosa;
- Massacres em Escolas;
- Aquecimento Global.
As Concepções dos Trabalhos podem ser consultados em http://www.moodle.estavira.com/ na sala Área de Projecto 12ºC2.
Visita de estudo: Colecção Berardo e Centro de Arte Moderna


12º C1+C2
Projecto «Comportamentos de risco da adolescênica»



Os alunos Ana Rita e Gonçalo Lima abriram a sessão e apresentaram a enfermeira Cátia Palma, uma jovem de 23 anos, formada pela Escola Superior de Enfermagem Maria Fernanda Resende, em Lisboa, e actualmente a exercer a sua profissão no serviço de urgência e Obstetrícia e Ginecologia, no Hospital Central de Faro.
Os diversos alunos presentes, entre os quais, as turmas anteriormente referidas, a turma CEF de Operador de Informática, a turma do curso de Animador SocioCultural e outros alunos que por iniciativa própria comparecem nesta sessão de educação para a saúde, estiveram muito atentos e a recolher informação sobre métodos contraceptivos irreversíveis e reversíveis. Dentro destes últimos, ficaram a conhecer os métodos naturais e não naturais.


Espera-se que esta iniciativa, fruto de uma ideia da Directora de Turma, professora Rosa Palma, venha a contribuir para a vivência mais responsável da sexualidade na adolescência.


Repórter Fotográfico: André Gonçalves, 11º A2