BIBLIBLOGUE ESJAC - TAVIRA

Blogue da Biblioteca da Escola Secundária do Agrupamento de Escolas Dr. Jorge Augusto Correia - Tavira. "LER É SONHAR PELA MÃO DE OUTREM." Fernando Pessoa (Bernardo Soares), Livro do Desassossego.

domingo, 29 de junho de 2008

«Maravilhas e Paixões» na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos

(Abertura da sessão pela representante da Bib. Municipal)


( Maria Teresa Couto lendo o seu texto laudatório ao Dr. Jorge Correia)

Pelas 18:00, do dia 26 de Junho, na Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, pelo menos uma pessoa se encontrava com um ar feliz: o Dr. Jorge Correia, o patrono da nossa escola. Já no auditório, decorreu, num ambiente acolhedor, a homenagem ao Dr. Jorge Correia, bem como a apresentação do seu último romance, Maravilhas e Paixões. Como testemunho deste acontecimento, aqui deixamos algumas fotos:
(Apresentação do romance pela coordenadora da Biblioteca da Escola Secundária)
(Sorridente, o Dr. Jorge Correia agradeceu a realização do evento, que terminou com uma sessão de autógrafos)

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Apresentação à comunidade: «Maravilhas e Paixões»



Amanhã, quinta-feira, dia 26 de Junho, às 18h, no auditório da Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, terá lugar a apresentação do último romance do Dr. Jorge Correia ,“Maravilhas e Paixões”, pela professora Ana Cristina Matias. Iniciativa conjunta da Biblioteca da EST e da Biblioteca Municipal.
O autor, que será homenageado por uma aluna, Maria Couto, ofereceu a totalidade da edição deste seu último romance à Associação de Estudantes da Escola Secundária de Tavira de que é patrono.

terça-feira, 24 de junho de 2008

EXPOSIÇÃO «RETRATO OVAL»




O ponto de partida foi o conto "O retrato oval", de Edgar Allan Poe, extraído da obra Histórias Extraordinárias I, que está disponível para empréstimo na nossa biblioteca.


Após a leitura do texto, os alunos do 12º ano, turma E, sob a orientação da professora Irene Loureiro, desenvolveram, ao longo do ano lectivo, uma série de trabalhos no domínio da arte. Chegado o fim do ano lectivo, expuseram alguns dos seus objectos criativos e este mês de Junho temos podido apreciá-los no nosso espaço pedagógico.




Exposição «Ria Formosa»







Durante o mês de Junho, temos tido ao dispor dos nossos utentes uma exposição sobre a Ria Formosa. Este trabalho, do domínio da Área de Projecto, e sob a orientação do professor Mesquita, foi desenvolvido por um grupo de cinco alunos da turma 12ºA2, Edi Martins, Eunice Conceição, Filipe Almeida, Filipe Trindade e Inês Graça, que desta forma partilham connosco alguns dos conhecimentos por eles adquiridos.

Aluna premiada no Concurso Literário Pinheiro e Rosa



A Verónica Martins, aluna do 12º A1, é mesmo determinada e não recusa um desafio da nossa biblioteca nem da sua professora de Português. Concorreu ao 3º concurso Literário Pinheiro e Rosa, promovido pela Biblioteca dessa escola, em colaboração com o Departamento de Português e, no dia 5 de Junho, por entre diversos compromissos inadiáveis que tinha, não deixou de estar presente na cerimónia de entrega de prémios, já que tinha obtido o terceiro lugar na modalidade de poesia.


Parabéns! Votos também de que a tua inspiração e dedicação ao trabalho com a palavra continuem a dar frutos!

sábado, 21 de junho de 2008

Maravilhas e paixões

No próximo dia 26 de Junho às 18h, no auditório da Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, terá lugar a apresentação da obra do Dr. Jorge Correia “Maravilhas e Paixões” pela professora Ana Cristina Matias e a aluna Maria Couto, 10º A2.O autor, que será homenageado, ofereceu a totalidade da edição deste seu último romance à Associação de estudantes da Escola Secundária de Tavira de que é patrono.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

1º prémio no Concurso «Área de Projecto»




A 30 de Maio, o grupo constituído pelas alunas Alexandra Quinta, Joana Pires, Marisa Grou, Tânia Justo e Thea Herrmann, 12ºano, turma C, esteve presente, no ICS, na apresentação de trabalhos de «Área de Projecto», num concurso promovido pelo Observatório Permanente de Escolas/Instituto de Ciências Sociais.



Este trabalho, desenvolvido ao longo do ano no âmbito da Área de Projecto, sob a orientação da professora Fátima Pires, contemplou um estudo sobre a prostituição e foi merecedor de um primeiro prémio, em exequo com um outro trabalho de um grupo da Escola Secundária de Carnaxide.Parabéns às alunas pelo excelente empenho e resultado conseguido!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Alunas premiadas no Concurso «Sáude em Palavras»


As alunas Liliana Emídio, 12ºC, Maria Couto, 10ºA1, e Verónica Martins, 12ºA1, foram premiadas na fase concelhia do concurso "Saúde em Palavras", promovido pela DREALG, a Rede de Bibliotecas Escolares e a Administração Regional de Saúde do Algarve, com o apoio das Câmaras Municipais.

A cerimónia de entrega dos prémios, da fase concelhia, ocorreu no dia 16 de Maio na Biblioteca Álvaro de Campos, em Tavira.
Como o trabalho da Verónica Martins, 12ºA1, mereceu o primeiro lugar passou à fase regional e aí foi contemplado com o terceiro lugar.







Esta última cerimónia de entrega de prémios da fase regional teve lugar no dia 6 de Junho, pelas 15 horas, no auditório da Biblioteca Municipal de Faro.
Muitos parabéns à Verónica Martins pela sua muito boa prestação, bem como à Liliana Emídio e à Maria Couto!

Eis os textos premiados:

EM PRIMEIRO LUGAR, O TEXTO DA VERÓNICA MARTINS
Saúde em palavras

Um momento igual a todos os outros,
Um momento a mais, um momento a menos,
Momentos que passam despercebidos
Aos licenciados que não se inquietam muito em tratar:
Pessoas doentes ou à procura de lares quentes
Tanto egoísmo e ganância,
Só por causa da importância que ganharão,
Só por causa da má fama que lhes darão!
Pessoas em que o sofrimento bate à porta sem prévio aviso
Procuram numa ala hospitalar um sorriso.
Médicos que sabem de cor “a arte da persuasão”,
Mas que não sabem o significado de dedicação!
Também são os olhos da compreensão,
Todos os diagnósticos, temos de lhes dar razão!
Se há um engano, perde-se uma linda rapariga.
Se há muitos enganos perdem-se muitas vidas!
Mas continuam a ser médicos.
Integram-nos uma nova esperança,
Cada vez que alguém entra num consultório maternal com um ar banal,
Basta fazer uma simples ecografia,
E, com alegria, pronunciam: “Está grávida, parabéns”!
Com muitos cuidados, segurança e cautela,
Nove meses depois…
Se é menina, nasce uma nova Cinderella!
Se for menino, nasce o príncipe dela!
112 apelou-se!
Um indivíduo quebrou um osso!
Se não chegar a tempo a ambulância,
Já não se faz a ressonância!
Um indivíduo sofreu um enfarte!
Se a ambulância não chegar a tempo,
A família e os amigos rogarão sentimento!
Em capitais onde reinam os hospitais,
Reinam os chamados sistemas de triagem,
Que fazem dos pacientes verdadeiros selvagens!
Lento e sem escrúpulos,
Nem conseguem sequer animar um pequeno corpúsculo!
Depois de terem esperado,
Com o drama já superado,
A cura não os satisfez,
Pois a morte os levou de uma vez!
Cancro, AVC, doenças hereditárias e crónicas
São doenças que matam à velocidade supersónica!
Os formados doutores bem tentam,
Mas as suas grandes capacidades não libertam!
Há que pôr em causa doutra forma a questão…
E a nossa alimentação? E a poluição?
Não farão parte desta maldição?
Devíamos consumir produtos biológicos,
Pois são os que têm um sentido saudável, lógico!
Em vez disso, submetemo-nos:
A todos aqueles OGM`s (organismos geneticamente modificados) que ingerimos,
A todo aquele ar irrespirável que sopra com mimos!
O tabaco detestável que suicida as defesas de um organismo,
Aqueles fumos que saem de fábricas e se misturam com a realidade!
Ai que lá se vai a nossa preciosidade!
Fazer com que uma criança tome a refeição mais importante do dia – o pequeno – almoço…O leite e os cereais!
Durante a manhã, nada de porcarias, como as doçuras e as gorduras!
Durante a tarde, só as fibras e as vitaminas!
À noite, é só dormir, para no dia a seguir não cair!
Não queremos ver uma criança deprimida nem com baixa auto-estima,
Nem discriminada, nem sem namorada!
Acham que diversão é passar duas horas em frente à televisão?
Devem é correr para não adoecer!
A satisfação e a energia para recomeçar novas aventuras,
Mantêm a linha e a perfeição seguras!
E por falar em linha e perfeição…
Não é a estética corporal uma ilusão?
Jovens bonitas que querem ser ainda mais bonitas,
Umas sofrem de bulimia, deitar fora sem igual,
Outras padecem de anorexia, emagrecer sem igual,
Mas é tudo fantasia!
As ricas plásticas e o silicone que degradam o seu bem-estar,
Somente para na rua poderem passear!
Será que o mundo gira à volta só da nossa saúde?
“A ciência não tem limites”?
Hum, perguntas sem resposta, mas com uma aposta:
Há que ser consistente e lutar por um património medicinal exigente!

Verónica Martins, 2008
2º Concurso Literário infantil e Juvenil do Algarve
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EM SEGUNDO LUGAR, O TEXTO DA LILIANA EMÍDIO
Entras num mundo doente
Numa cidade não tão distante
Muito próxima de ti e de todos nós

O stress
As pessoas correm de um lado para o outro
Estão rodeadas de barulho, muito barulho
As horas passam, o tempo dispara
Olhas à tua volta
Começas a perceber que não há nada ambíguo neste mundo
Estás completamente encurralada
Não sabes por onde vais sair
Não percebes
Não queres ver que no dia que passa morreste 10 anos
Sentes-te cansada, farta, saturada de tudo e de todos
A paisagem é velha e completamente perdida
Hoje, mais que tudo, esgotaste a tua saúde
Perdeste a vida,
A sanidade mental começa a questionar-se
Sentes-te louca, completamente agoniada

Sabes bem que precisas de férias, físicas e mentais
Precisas de acabar com a cidade infernal que atravessas a cada dia.
Não é escolha, mas sim obsessão
Afinal de contas nunca viveste de outra maneira
Ou será que não sabes viver?
Então aprende
Não morras, por favor
Aguenta, sai desta vida
Vai em frente
Acorda, vive, deixa este modo de vida doentio
E irritante, que te faz ficar nervosa até mais não

Vive, sobrevive
Tens outra opção, sabes disso
Porém, não sabes como virar a página
Não transmites saúde, és uma corrente de
Boas ligações há muito perdida

És uma vida stressante da qual não querias fazer parte

És…
És…
Um mundo de interrogações
A cidade apavorada que não vive
Apenas sente
A presente correria desenfreada que te torna doente.

Por favor, não deixes que isto te invada
Resiste,
Agarra a vida

Sabes,
Há um lugar onde vais ser feliz
Há pessoas que te podem ouvir
Ceder uma palavra amiga
Descobrir uma porta aberta desvendando um olhar protector
A sabedoria de alguém
O tratamento esperado
Talvez um médico

Não tenhas medo estou aqui contigo
Não estás sozinha
Não temas os fantasmas do passado
Podes procurar ajuda…

LILIANA EMÍDIO
29/02/08
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EM TERCEIRO LUGAR, O TEXTO DA MARIA COUTO:

2º Concurso Literário Infantil e Juvenil do Algarve “Saúde em Palavras”

Palavras com saúde

Naquela pequena aldeia do interior o queixume era geral. Ninguém sabia como lidar com aquele vocábulo nervoso que causava tanta tormenta e tanto desgosto. Ninguém sabia como encurralar o seu atrevimento, como impedir a sua progressão, como esconder ou esquecer a sua presença.
Entendiam-no como um processo progressivo de declínio das capacidades físicas e mentais que, como se não bastasse, vinha acompanhado do aparecimento ou pioria das doenças crónicas.
Era terrível, era uma peste!
E não havia melhoras minimamente consideráveis. As pessoas queixavam-se do mesmo: “Senhor doutor, veja estas rugas!”; “Senhor doutor, já viu estas estrias, estas varizes, esta flacidez?”; “Que medicamento me receita para esta fraqueza, esta falta de energia?”; “Senhor doutor, já não consigo fixar nada, já não consigo concentrar-me, já não tenho memória. Tenho medo de qualquer dia não reconhecer os meus netos.”; “Senhor doutor, tenho o colesterol altíssimo, o ácido úrico elevadíssimo.”; “Senhor doutor, o meu desempenho sexual já não é o que era, está mesmo muito aquém”; “Senhor doutor, preciso de um medicamento que me faça bem, que me faça esquecer a tristeza. Tenho um enorme desgosto, um inquietante tormento.”; “Senhor doutor, estou tão deprimido!”; “Senhor doutor, sinto que estou a ficar demente”; “Senhor doutor, sinto-me só”…
Quando cheguei àquela aldeia, o panorama era este. À chegada, destoava sobremaneira do geral. Era a minha relativa inferior idade, era o meu absoluto entusiasmo. De modo que todos me passaram a ver como um anjo caído dos céus, um salvador.
De facto, era médico, e esse adjectivo não me era de todo estranho, pois já anteriormente salvara vidas!
Instalei-me. Era uma casa situada no cimo de um monte, afastada da aldeia. Escolhi-o para não ser incomodado nas minhas meditações. O consultório, abri-o bem no centro perto de todos.
Inicialmente, algumas cabeças singulares vieram colocar-se na reentrância da porta. Hesitavam. Depois convidei-as a entrar e, progressivamente, todas se foram familiarizando comigo.
Consultei um a um, estudei cada caso, analisei cada sintoma. Fui também uma espécie de psicólogo arranjado para as necessidades. E pude constatar que o problema era o mesmo. O vocábulo nervoso, pequeno de nome, mas de grande influência, era a velhice. A triste, penosa e solitária velhice. A decadente, a incurável e irreversível velhice.
Em casa, isolado de tudo, meditei, decidi as palavras certas, aquelas que os iriam aliviar da sua dor e dar um novo alento à vida. E escolhi…
No dia seguinte, sabia-o, nada iria ficar na mesma. Logo pela manhã, reuni-os e comecei. Fi-los entender que a velhice não devia ser entendida de forma negativa, como algo que apenas debilita e enfraquece mas como o culminar da sabedoria e do conhecimento, do bom senso e da serenidade. Recitei-lhes palavras bonitas, palavras alegres, palavras grandes, palavras subidas, palavras saudáveis, menos envergonhadas, mais coloridas, mais luminosas, vindas da infância, da juventude, do passado, do presente… Abri-lhes a mente, o espírito, o corpo, a um léxico cheio de vida, de poder imenso, com palavras bem acentuadas, ritmadas, de grande sonoridade calmante.
A emoção foi geral, a deles e a minha. Percebi que tinha cumprido mais uma etapa da minha curta vida. Começaram a rejuvenescer, tinham uma nova alegria, uma outra energia, tinham anestesiado a dor. As palavras deram-lhes a cura e agora chegavam cegos de felicidade, doentes de livros. E diária, semanal, quinzenal ou mensalmente dava-lhes um reforço vitamínico, prescrevia-lhes Pessoa, Torga, Sophia, Gedeão, Alegre, Saramago, Lobo Antunes…

Maria Teresa Couto
2008

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Maravilhas e Paixões


No passado dia 9 de Maio, foi apresentado no auditório o novo romance do nosso Patrono: Maravilhas e Paixões, Jorge Correia.


Após um breve discurso de agradecimento pelo Dr. Jorge Correia, o Presidente do nosso Município, Engº. Macário Correia, salientou a dedicação constante do Patrono à vida cultural da comunidade. De facto, toda a tiragem desta obra foi oferecida pelo Dr. Jorge Correia à Associação de Estudantes, que pretende investir em equipamento adequado ao funcionamento duma Rádio Escola.

Seguiu-se a leitura de um texto laudatório escrito pela aluna Maria Couto, 10ºA1, e a apresentação da obra pela Professora Ana Cristina Matias.

Este evento terminou com uma sessão de autógrafos gentilmente concedidos por esta figura marcante da nossa terra.

A Rádio Gilão e o Sotavento Algarvio estiveram presentes, tendo entrevistado o Dr. Jorge Correia. Proximamente, Maravilhas e Paixões será apresentado à restante comunidade tavirense.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Entrevista ao dinamizador do Clube de Cinema Portal Mágico


Entrevistador: Telmo Pereira (T.P.), 10º A.S.
Entrevistado: Professor José Couto (Prof. J.C.)
T.P. – O que o levou a iniciar este clube na escola?
Prof. J.C – Bem, em primeiro lugar, porque tenho uma grande paixão pelo cinema, e, em segundo lugar, porque gosto dar a conhecer a outras pessoas, e principalmente aos alunos, certos filmes que eles habitualmente não vêem nem nas salas de cinema, nem em casa; filmes que não passam no circuito comercial, filmes de países em que o cinema não é uma indústria poderosa, mas que produzem obras de qualidade e que merecem ser vistas e discutidas. As cinematografias espanhola, francesa, nórdica, da Europa de Leste, asiática, latino-americana, entre outras, estão recheadas de bons filmes… e raramente aparecem nos cinemas (note-se que mais de 95% dos filmes apresentados nas salas de cinema em Portugal são de Hollywood!). Por outro lado, era um projecto que eu já tinha desenvolvido, com sucesso, noutra escola, e ao qual desejei dar continuidade.
T.P – Por que razão deu o nome Portal Mágico ao seu clube de cinema?
Prof. J.C – Essa questão é interessante… Portal Mágico, porque é uma designação que nos faz pensar numa via de entrada para um mundo de fantasia, numa porta para um mundo desconhecido mas cativante, estranho mas surpreendente, que é aquilo que eu efectivamente penso que é o cinema – uma arte, sim, mas igualmente um espectáculo de magia… dentro de uma sala de cinema estamos perante imagens em movimento, imagens que nos mostram situações, pessoas, objectos, que não estão “efectivamente” ali, que não são palpáveis, mas que nos “tocam” de diferentes formas…
T.P – Está satisfeito com os resultados do clube?
Prof. J.C – Eu estou satisfeito com o público que tem aparecido, embora gostasse que houvesse ainda uma maior adesão. Eu sei que o clube é numa quarta-feira à tarde, altura em que muitos alunos têm explicações, aulas de apoio, actividades desportivas ou culturais, por isso… Há um “núcleo duro” de alunos e professores assíduos que não “falham”, assumindo-se como verdadeiros membros do clube, e depois há professores que também levam turmas, o que é óptimo.
T.P – Consegue conciliar a profissão de professor com o clube de cinema?
Prof. J.C – Pode-se dizer que sim. O clube funciona no meu tempo de estabelecimento, que é de 90 minutos. Contudo, o tempo despendido na preparação de cada sessão excede largamente esse bloco.
T.P – Como é que funcionam as sessões do Portal Mágico?
Prof. J.C. – Na semana anterior à sessão, selecciono o filme (a escolha obedece a critérios pedagógicos e didácticos), produzo o cartaz, imprimo-o a cores e em tamanho A3 e afixo-o em dois expositores da sala de convívio dos alunos, e elaboro a ficha técnica do filme, a qual faço fotocopiar em número suficiente para entregar a cada um dos espectadores. No dia da sessão, antes do filme começar faço a sua apresentação, falo do realizador, dos actores, de algumas curiosidades, e depois é apresentado o filme. No final, promovo um debate sobre o filme, que já por diversas vezes se revelou bastante interessante.
T.P. – Sente que tem condições e apoio para continuar a dinamizar o Portal Mágico?
Prof. J.C – A escola tem as condições materiais necessárias para o funcionamento do clube, porque tem o auditório, que é uma boa sala, que permite a projecção dos filmes num ecrã de tamanho aceitável e com alguma qualidade. É verdade que ainda faltam alguns equipamentos para melhorar a sala, como um sistema de som surround, ou a fixação do projector no tecto, de forma a evitar termos aquele móvel gigantesco a tapar a vista ao público que se senta nas primeiras três ou quatro filas. O Conselho Executivo naturalmente apoia o projecto, uma vez que aceitou a proposta e disponibiliza os meios necessários (horário, espaço, equipamento, cartazes, fichas). Aproveito para agradecer publicamente o apoio me foi dado por alguns colegas e, em particular, pela Edite Azevedo, a “divulgadora-mor” do Portal Mágico!
T.P – Por último: o que pensa que no futuro vai acontecer ao seu clube de cinema?
Prof. J.C – Isso eu não sei… ninguém sabe… no final deste ano lectivo, faço uma avaliação do funcionamento do clube e, se considerar que se justifica a sua manutenção, irei propor que ele continue a funcionar no próximo ano lectivo.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Conversas com escritores: João Aguiar


Foto retirada de bubblesgirls.blogs.sapo.pt

João Aguiar, com o patrocínio das Edições ASA, deslocar-se-á à nossa escola no próximo dia 23 de Abril, pelas 14:10, para conversar sobre a sua experiência de romancista e, deste modo, estreitar a sua relação interactiva com o leitor.

Entretanto, os diversos romances de João Aguiar encontram-se à venda na Biblioteca da Escola por um preço acessível.

Adquire um livro de João Aguiar e comparece no dia 23 de Abril para que o autor to autografe.

"Da repressão à madrugada libertadora"

Durante o mês de Abril, está a decorrer, no átrio da BE/CRE, uma exposição subordinada ao tema: "Da repressão à madrugada libertadora". Esse tema é abordado pela selecção de poemas de Sophia de Mello Breyner Andresen, dos quais aqui vos deixamos dois exemplos:

O Velho Abutre

O velho abutre é sábio e alisa as suas penas
A podridão lhe agrada e seus discursos
Têm o dom de tornar as almas mais pequenas

Livro Sexto, 1962In Sophia de Mello Breyner Andresen, Obra Poética II.


25 de Abril


Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo


O nome das coisas, 1977
In Sophia de Mello Breyner Andresen, Obra Poética III.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

IV "Bibliopaper" das


Realizou-se, por iniciativa da professora Antonieta Couto, pelo quarto ano, o “Bibliopaper” das Letras, para assinalar os Dias Mundiais da Língua Materna, da Poesia e do Livro. Os alunos participaram numa prova eliminatória, em que revelaram conhecimentos de língua, literatura e escrita, e numa final, no auditório, no dia 12 de Março, em que provaram que usam com carinho a língua materna e que são leitores críticos.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Semana da poesia




Por iniciativa da Biblioteca/CRE, em colaboração com o Departamento de Línguas, alunos e professores foram convidados a celebrar a poesia.

No dia 10, entre as 15:00 e as 16:30, reuniram-se, no Auditório, as turmas 10ºA2, 10ºC, 11ºA1 e 11º C2, para além de outros alunos assistentes, e muitos aceitaram o desafio de dar voz à poesia.

Foram recitados poemas de autores portugueses do século XX e a poesia de Eugénio de Andrade foi lida em português, espanhol e inglês, por alunos e pelos professores Ana Cristina e Darío Serón. Foi visionado também um DVD sobre poetas do século XX, realizado no ano transacto pela professora Antonieta Couto e os seus alunos.

Na terça-feira, dia 11 de Março, deu-se continuidade à celebração da poesia, tendo os alunos do 12º A1, 12º A2 , 12º C e 12ºE correspondido favoravelmente à solicitação das professoras Ana Cristina Matias e Antonieta Couto. Assim, para além do visionamento do DVD já mencionado, os alunos venceram a timidez e leram os poemas que tinham escrito em intertextualidade com Fernando Pessoa ou um dos seus heterónimos. As professoras Ana Cristina e Antonieta, bem como o professor José Couto também se juntaram aos alunos, tendo recitado poemas de autores portugueses.
A sessão terminou com a representação de um sketch alusivo a Fernando Pessoa e seus heterónimos, redigido e encenado por alunos do 12º A2.
Poemas em intertextualidade com Fernando Pessoa e seus heterónimos:
Não me venham com conclusões!
Não durmo, nem espero dormir.
Nem na morte espero dormir.
Ah! Viver...
Valerá a pena viver sóbrio
Sem um dia desfrutar desse tal ópio?
Para quê viver devagar,
Quando tudo passa simplesmente a correr.
Mas quando penso na morte e me debruço sobre ela,
Vem-me, não sei porquê, uma ânsia angustiante.
Tão angustiante que me assusta
Só o facto de a querer experimentar.
Por isso, peço-vos:
Não me venham com mais conclusões!
Tiago Gorgulho Gonçalves, 12º A1

Cegueira, vem.
Tenho sôfregas ganas de fechar os olhos
Calar tudo o que vejo!
Tudo em mim é um bocejo
Todo esse tudo:estultices aos molhos.
Aí entenderão que Não,
Que não quero, que mais não posso...
Que não passo de um néscio corpo sem mãos!
A culpa é desta Luz que não me deixa sentir
Essa coisa inóspita que me embriaga
Oh Cegueira, fá-la partir,
Ou ao menos tardar...
Quero sentir!

Ela que me tem anestesiada
Reclusa perpétua da sua substância
Mesmo com a minha presença molestada
Tudo por saciar a sua ânsia.
Ela sempre teima
E sem eu consentir
Já o seu fulgor a alma me queima.
Oh Cegueira, e se eu chorar?
Provar-te-ei o meu desalento?!
E se eu gritar?
Notarás pela voz o meu abatimento?!
É agora, é agora.
É chegada a almejada hora.
Cala-a! Cala-me essa luz
Oculta-a, encobre-a.
Comprime-a num só gesto
Assina o teu manifesto!
Faz evaporar pelas tuas gretas
A luz do meu coração
Ela tem apreço pelo silêncio da escuridão...
Cegueira, vem...
Estou na esquina
Vem se o que por mim tens é estima.
Minha real pessoa do nada e mais além precisa descansar.
O que há em mim é sobretudo cansaço.
É tudo o que me enche o regaço.
Alexandra Quinta, 12º C
(com a participação de Álvaro de Campos)






quinta-feira, 20 de março de 2008

Angariação de verbas para alunos carenciados





No dia 3 de Março foi efectuada a entrega de 2050 euros ao Conselho Executivo da Escola Secundária EB3 Dr. Jorge Correia - Tavira para apoiar os alunos carenciados no desenvolvimento de projectos.

Esta verba foi fruto de duas iniciativas de solidariedade: uma levada a efeito pelo cidadão britânico Kevin Powell, que realizou o challenge VRSA-Lagos, de bicicleta, em 5 horas e 56 min; e outra pelo Clube de Golfe de Tavira que, no dia 11 de Fevereiro, realizou um torneio de golfe com a mesma finalidade.

Aqui fica o nosso apreço pela atitude altruísta de todos os participantes destas iniciativas.

Teatro para a Educação : «Que farei com este livro?»




No dia 21 de Fevereiro, as turmas 10ºA2, 10ºC, 12ºA2,C,E,TA e TI, acompanhadas pelos seus professores de Português e por alguns dos seus directores de turma, foram assistir à representação da peça «Que farei com este Livro?», de José Saramago, levada à cena pela ACTA, em co-produção com a Companhia de Teatro de Almada, o Teatro Nacional D. Maria II e o Teatro Municipal de Faro.



De um artigo de reflexão redigido por uma aluna, transcrevemos as seguintes passagens:


"Esta representação de Que farei com este livro?, possibilitou que retirássemos dela algumas ilações, dado que esta comporta um texto alusivo a um problema que ainda hoje persiste: o discurso artístico e cultural é ainda hoje completamente desprezado, tal como o de Camões o foi. [...] Se outrora se manifestava esse desinteresse cultural, ainda hoje ele permanece vivo. Como representação nítida desta indiferença, sublinho o comportamento desagradável e insólito de muitos jovens presentes que, por esta ou aquela atitude, manifestaram o seu desagrado e falta de hábitos culturais que, infelizmente, não lhes terão sido facultados. Acrescento ainda, que tais atitudes, comprometem o bem-estar dos outros, assim como o esforço e empenho dos actores.


Por isso, apelo à motivação daqueles que ainda não a têm, para que se interessem por esta e tantas outras obras célebres, concedendo uma maior atenção às artes e um maior apoio aos artistas incompreendidos, como Camões. "


Margarida Sequeira, 12º C