De uma das obras da nossa colecção sobre a Guiné-Bissau, Literatura na Guiné-Bissau (1997), de Aldónio Gomes e Fernanda Cavacas, seleccionámos o seguinte poema:
Amassando o barro vermelho
nas bolanhas de Bandim
para mais um carnaval
que há-de vir
Desvirgindando as lalas da tchada
no sobe
e desce
aos mangais
e cajueiros
é Djondjon «menino de criaçon»
Nunca teve berço
já sobreviveu um terço
da vida que não tem.
Ei-lo nos becos da cidade
esquivando-se ao cassetete
ou livrando-se lesto ao tabefe
factura de mil traquinices
Ziguezagueia pelos cantos
enquanto aguarda
uma tigela de cuntango
que se não aparece
é na cabaça da tia Mandjendja
o banquete que apetece…
E depois, a corrida
mais uma esquivadela
Djondjon – menino de criaçon
não tem criação
Aí vai ele
corre solto e liberto
faz da vida
um carnaval de gargalhada
que dói na alma.
António Soares Lopes, in O Eco do Pranto
Menino de criaçon
nas bolanhas de Bandim
para mais um carnaval
que há-de vir
Desvirgindando as lalas da tchada
no sobe
e desce
aos mangais
e cajueiros
é Djondjon «menino de criaçon»
Nunca teve berço
já sobreviveu um terço
da vida que não tem.
Ei-lo nos becos da cidade
esquivando-se ao cassetete
ou livrando-se lesto ao tabefe
factura de mil traquinices
Ziguezagueia pelos cantos
enquanto aguarda
uma tigela de cuntango
que se não aparece
é na cabaça da tia Mandjendja
o banquete que apetece…
E depois, a corrida
mais uma esquivadela
Djondjon – menino de criaçon
não tem criação
Aí vai ele
corre solto e liberto
faz da vida
um carnaval de gargalhada
que dói na alma.
António Soares Lopes, in O Eco do Pranto
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