BIBLIBLOGUE ESJAC - TAVIRA

Blogue da Biblioteca da Escola Secundária do Agrupamento de Escolas Dr. Jorge Augusto Correia - Tavira. "LER É SONHAR PELA MÃO DE OUTREM." Fernando Pessoa (Bernardo Soares), Livro do Desassossego.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Cosmos, de Carl Sagan


Eis uma boa sugestão de leitura que poderás requisitar para empréstimo domiciliário: Cosmos, Carl Sagan.
«Mostrando como a ciência e a civilização cresceram juntas, Cosmos é a história duma longa aventura de descoberta, a história dos homens e das forças que contribuíram para a edificação da ciência moderna»
in contracapa de
SAGAN, Carl, Cosmos, Lisboa: Gradiva, 1984 ( Ciência Aberta; 5)

Por dentro do episódio do Cosmos, «A Espinha Dorsal da Noite»















Comentário referente ao episódio da série Cosmos, “A Espinha Dorsal da Noite”, de Carl Sagan


A relação que vejo entre o vídeo a que assisti e os conteúdos dados na disciplina de Filosofia é grande. Carl Sagan diz que durante toda a nossa vida, desde o nosso primeiro batimento cardíaco até ao último suspiro, vamos evoluindo.
Podemos, com isto, estabelecer de imediato uma relação com a Filosofia. A Filosofia e, nomeadamente, os filósofos rejeitam a presunção de saber antes de começar a filosofar, tal como a criança, que ainda se encontrava em relativa ignorância do que era realmente o Mundo lá fora (ex: o local onde vivia o autor). Toda a Filosofia se baseia em interrogações (que podemos relacionar com as questões da criança) e que procura uma resposta coerente e com argumentos sólidos para a questão (tal como o jovem, que não descansaria até obter uma resposta com sentido).
Colocar questões é tão natural como respirar... Mas como teria sido a época em que a Ciência ainda não tinha respondido a muitas questões para as quais hoje já temos respostas?
Assim como no campo filosófico, na altura em que muitas questões não tinham resposta, havia várias interpretações quanto ao que eram estrelas (exemplos: chamas que eram acesas para lá do céu e que nós observávamos; gotas do leite da deusa Hera que iluminavam os céus.), também na Filosofia há várias análises e argumentações referentes ao mesmo problema (radicalidade e autonomia filosófica).


Há 25 séculos, em terras gregas, algo de novo aconteceu. Parece que todos começaram a sentir uma necessidade insaciável de obter respostas e certezas para tudo aquilo que mais os intrigava, parecia que o acto de entender todas as coisas que os rodeava era vida! Terá sido nesta altura que ocorreu a transição do Caos para o Cosmos, nomeadamente, de um universo organizado pelos deuses para um universo ordenado, com uma natureza regular e não totalmente imprevisível que originava a descoberta de factos. O Universo era compreensível!
Toda esta concepção do Mundo terá surgido na Grécia, visto ser um local isolado que não se cingia a ideias fixas e que permitia um pensamento livre. Assim é a Filosofia, uma actividade que não se baseia em algo pré-concebido, mas sim na observação e num pensamento próprio, com uma problematização inerente. A Grécia, um local de cruzamento de culturas devido à sua posição geográfica, gera uma variedade de línguas, ideias e pessoas, que obviamente resulta em Filosofia e consequentes questões filosóficas.
Foi há mais de 20 séculos que o conhecimento “desabrochou” na Grécia. Neste episódio, observam-se imensos casos como o de Tales de Mileto (que acreditava que o Mundo já fora um único mar e que a terra seca se devia a algo parecido à sedimentação), o de Anaximandro (o primeiro homem a realizar uma experiência), o de Empédocles (que se debateu com o enchimento e esvaziamento da clepsidra e descobriu o ar), o de Demócrito (que afirmava que toda a matéria era formada por átomos) e o de Pitágoras (que terá afirmado que a Terra é redonda e terá desenvolvido o famoso teorema). Mas Pitágoras dizia que as leis naturais podem ser desvendadas pelo pensamento puro, baseando-se apenas na observação sem qualquer experimentação...
Por todas as descobertas referidas anteriormente, e porque daquilo que eu sei todos eles são filósofos, podemos concluir que a Ciência e a Filosofia estão relacionadas, que obtêm respostas semelhantes, mas usam métodos diferentes até chegar a uma resposta.
Mas, afinal, qual é o método correcto? Poderá haver aqui alguma diferença? Mas, serão Ciência e Filosofia o mesmo? Será a Filosofia uma ciência?
Qualquer Ciência (Física, Biologia, Matemática, entre outras) inicia-se como Filosofia, visto que há uma sistemática curiosidade e problematização acerca de questões que normalmente não valorizamos. Logo por isto, podemos dizer que a Filosofia é uma ciência, mas num campo diferente do que a Geologia, a Química, a Geometria (que são ciências exactas), uma ciência humana.
Também percebemos que a ciência é a designação que se reserva para o que pode ser demonstrado com recurso a cálculos e experiências, para o saber que nos dá uma resposta precisa. Já a Filosofia dependendo também do pensamento humano, vive da argumentação logo, é considerada uma ciência humana.
Quem somos? Onde estamos? De onde viemos? Para onde vamos? Serão as questões que, geração após geração, surgirão para permitir uma descoberta ainda mais profunda do nosso Cosmos, do nosso amanhã... É nisto que a Filosofia e a Ciência se baseiam. Em algo por descobrir e em descobrir algo...


Carlos Moura Pereira Lucas Teixeira, nº4 do 10ºA2


FILOSOFIA – 10º Ano. Profª. Maria Alberta Fitas

terça-feira, 16 de novembro de 2010

«A Espinha Dorsal da Noite», de Carl Sagan


A nossa Biblioteca tem à disposição dos seus utilizadores toda a série Cosmos, de Carl Sagan, agora em suporte DVD.

Ocupa os teus tempos livres de forma proveitosa.

O episódio «A Espinha Dorsal da Noite» já se encontra disponível na Internet numa versão dobrada em português do Brasil:

Por dentro do episódio do Cosmos «A Espinha Dorsal da Noite», de Carl Sagan

Numa das aulas de Filosofia da professora Maria Alberta Fitas foi visionado o episódio 7 da série Cosmos, de Carl Sagan. Eis uma das reflexões sobre essa actividade lectiva:



Sob o meu ponto de vista, o que achei mais importante do filme «A Espinha Dorsal da Noite», de Carl Sagan, foi:

A pergunta que o narrador faz logo de início é "O que são estrelas?", algo que o intrigou desde pequeno. Como não o intrigou só a ele mas a todas as crianças, o narrador conclui que todo o ser humano nasce com vontade de saber.

Apesar de não ter encontrado facilmente a resposta, considera-se sortudo. Vive numa época em que é possível encontrar respostas para estas perguntas, obtendo-as através de diversos meios, quer práticos, quer teóricos.

Há muitos anos, no tempo dos primeiros homens, a mesma pergunta teria sido feita, o que permite concluir que ao longo dos séculos o Homem manteve a sua inteligência e curiosidade. Nesse tempo não havia como explicar certos fenómenos, por isso a partir do que conheciam faziam analogias e comparações e arranjavam respostas/soluções para os explicar, e assim, a partir desta maneira de pensar, surgiram os deuses como responsáveis por todo o Bem ou Mal que acontecia.

Anos mais tarde, apareceram homens capazes de explicar com lógica os fenómenos da Natureza - os cientistas.

Um deles, Demócrito, descobriu coisas muito importantes como os átomos e a força do ar, esta última que parecia tão óbvia - o ar - foi descoberto realmente, por isso é importante descobrir o óbvio. Mas, como era de uma cidade que na altura era motivo de anedotas, nunca foi levado muito a sério. Logo, não importa o que façamos, pois estaremos sempre condicionados pelas nossas origens.

Estes homens contradiziam o que era então considerado correcto, por isso foram perseguidos e muitas vezes mortos. Quem tem o poder, o seu maior medo é ser contraditado por alguém bem suportado.

Descobrir o Universo e saber o que são estrelas é muito mais que isso. Imaginar uma galáxia, desta escolher uma estrela, depois observar um planeta e olhar para uma forma de vida é estarmos a olhar para nós. Descobrir o Universo é descobrirmo-nos a nós próprios. O Homem é parte do Universo. O Homem é um microcosmos.

Ricardo Rolim
10º A2

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Dia Internacional da Filosofia - 18 de Novembro de 2010


Esta semana celebra-se o Dia Internacional da Filosofia, promovido anualmente na terceira quinta-feira do mês de Novembro. Essa data foi instituída pela UNESCO, desde 2002, ciente da importância que o questionamento filosófico assume para o diálogo entre os povos, onde cada um se deverá sentir livre de participar, segundo as suas convicções, em qualquer lugar, contribuindo para a progressiva tomada de consciência da nossa comunidade de condição: a humanidade.
A Associação de Professsores de Filosofia todos os anos selecciona um tema que deverá ser objecto de reflexão e de trabalho pelos alunos e professores que aderem a esta iniciativa . Para 2010, a proposta é um debate em torno dos fundamentos da ética. Mais dados sobre este assunto podem ser obtidos pela consulta do site da APF:http://www.apfilosofia.org/DIA%20DA%20FILOSOFIA_2010/index.htm
Para a nossa escola, estão programadas diversas actividades, uma delas é dedicar todas as publicações da corrente semana deste Biblioblogue a essa área do saber.
A professora Maria Alberta Fitas e os seus alunos têm-nos enviado os seus trabalhos mais bem conseguidos até ao momento. Aqui os deixaremos para vossa apreciação e incentivo aos alunos e professora para que continuem, com gosto e empenho, o seu trabalho.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010


António Ramalho Eanes, ex-presidente da República Portuguesa, compilou na obra Os poemas da minha vida (2006), um poema de Vasco Cabral, natural da Guiné-Bissau. Temos essa obra em destaque no nosso espaço e por considerarmos também que é um poema muito belo, aqui o transcrevemos:



O último adeus dum combatente




Naquela tarde em que eu parti e tu ficaste
sentimos, fundo, os dois a mágoa da saudade.
Por ver-te as lágrimas sangraram de verdade
sofri na alma um amargor quando choraste.

Ao despedir-me eu trouxe a dor que tu levaste!
Nem só teu amor me traz a felicidade.
Quando parti foi por amar a Humanidade.
Sim! Foi por isso que eu parti e tu ficaste!

Mas se pensares que eu não parti e a mim te deste
será a dor e a tristeza de perder-me
unicamente um pesadelo que tiveste.

Mas se jamais do teu amor posso esquecer-me
e se fui eu aquele a quem tu mais quiseste
que eu conserve em ti a esperança de rever-me!

Vasco Cabral, A Luta É a Minha Primavera




Nós e os outros - Guiné-Bissau

(postal da Gunié-Bissau nos anos 60, cedido pela assistente Silvina Rios)


De uma das obras da nossa colecção sobre a Guiné-Bissau, Literatura na Guiné-Bissau (1997), de Aldónio Gomes e Fernanda Cavacas, seleccionámos o seguinte poema:







Menino de criaçon



Amassando o barro vermelho
nas bolanhas de Bandim
para mais um carnaval
que há-de vir
Desvirgindando as lalas da tchada
no sobe
e desce
aos mangais
e cajueiros
é Djondjon «menino de criaçon»
Nunca teve berço
já sobreviveu um terço
da vida que não tem.
Ei-lo nos becos da cidade
esquivando-se ao cassetete
ou livrando-se lesto ao tabefe
factura de mil traquinices
Ziguezagueia pelos cantos
enquanto aguarda
uma tigela de cuntango
que se não aparece
é na cabaça da tia Mandjendja
o banquete que apetece…
E depois, a corrida
mais uma esquivadela
Djondjon – menino de criaçon
não tem criação
Aí vai ele
corre solto e liberto
faz da vida
um carnaval de gargalhada
que dói na alma.





António Soares Lopes, in O Eco do Pranto

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Nós e os outros - Guiné-Bissau

Com a participação de diversos elementos da nossa comunidade educativa, a nossa exposição sobre um dos países do mundo lusófono, a Guiné-Bissau, vai-se enriquecimento.

Esta semana integrámos na nossa mesa de destaques duas estatuetas em madeira de um casal africano, gentilmente cedido pela assistente operacional Cidália Ferreira. A pesquisa ao nosso catálogo também nos revelou que temos mais obras sobre este país do que inicialmente julgávamos.

Visite-nos! O nosso espaço está em contínua actualização.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Nós e os outros - Guiné-Bissau

No âmbito do projecto «Nós e os outros - o mundo lusófono», que já aqui noticiámos, temos agora algumas imagens da exposição que está a decorrer durante o mês de Novembro: GUINÉ-BISSAU.


Na mesa de destaques, e também noutros recantos da BE, temos diversos livros da nossa colecção que se dedicam à história, cultura e literatura deste país lusófono.

De entre a nossa população escolar, a Leontina Djedjo, aluna do 10º A1, acedeu a ser fotografa e já emprestou uma peça de arte do seu país para figurar na exposição.


A assistente operacional da BE, Silvina Rios, cedeu também uma imagem de uma santa esculpida em madeira e adquirida em Guiné-Bissau.



Se tem algum objecto, foto ou livro sobre a Guiné, ceda-o por um mês para completar a nossa exposição.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Manifesto Terra Mãe

Para a conclusão do trabalho «A Terra é um planeta vivo». o grupo de trabalho do 10º A2, já mencionado nas duas mensagens anteriores, seleccionou um excerto da declaração do Chefe índio de Seattle, proferida em 1854. Esse discurso é considerado uma das declarações mais clarividentes sobre o meio ambiente.

Reflexão - "Manifesto Terra Mãe" from CMTeix on Vimeo.



Grupo de trabalho: Beatriz Tavares, Carlos Teixeira, Carolina Freire e Mariana Carlota
Ano: 10º
Turma : A2
Professora: Augusta Carvalho

Lovelock e a hipótese Gaia

O grupo de trabalho formado pelos alunos Beatriz Tavares, Carlos Teixeira, Carolina Freire e Mariana Carlota (10º A2) apresentam, nesta parte do seu trabalho orientado pela professora Augusta Carvalho, o cientista James Lovelock e a sua hipótese Gaia. Segundo Lovelock, a Terra é um ser vivo capaz de automanter-se, sendo a biodiversidade a sua característica indispensável para tal.


Lovelock e a Hipótese Gaia from CMTeix on Vimeo.

James Lovelock convocado por um grupo de alunos do 10º A2

Na disciplina de Biologia e Geologia, em articulação com a unidade «A Terra, um planeta muito especial», a professora Augusta Carvalho lançou um desafio aos seus alunos da turma A2.
Eis a introdução de um dos trabalhos resultantes da pesquisa sobre a teoria de James Lovelock,
«A Terra é um planeta vivo.»

Mensagem de James Lovelock from CMTeix on Vimeo.



Trabalho realizado por: Beatriz Tavares, Carlos Teixeira, Carolina Freire e Mariana Carlota, 10º A2

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Nós e os outros - O mundo lusófono


«Nós e os outros» é o tema aglutinador proposto pelo Conselho de Escola para o ano de 2010 /2011. Por isso , entre outras actividades, a Biblioteca propôs ser um dos elementos dinamizadores do subtema «o mundo lusófono».
Delineámos dois objectivos:


- Reconhecer a importância do uso de uma língua comum no estreitar de laços entre nações;

- Divulgar a literatura, a música e a cultura do mundo lusófono.

Assim, cada um dos países lusófonos terá um mês dedicado à divulgação da sua cultura.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A Classificação Decimal Universal (CDU)

Nas sessões de formação de novos utilizadores da nossa BE, temos dado destaque à utilidade do uso da CDU para uma melhor autonomia na pesquisa bibliográfica. Eis um filme que ajudará a sedimentar esse conhecimento:

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Exposição: República em Tavira: O Olhar das Escolas


Passem pela Casa André Pilarte e apreciem os trabalhos de alunos das várias escolas do concelho, subordinados ao tema das Comemoraçãoes do Centenário da Primeira República.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Exposição: Recantos de Tavira



No âmbito do Comenius, Projecto «All roads lead... home», os alunos da turma de Artes, 12º ano, realizaram diversas aguarelas subordinadas ao título RECANTOS DE TAVIRA.

Dê um saltinho à nossa bilioteca e aprecia a exposição elaborada para o efeito.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dia da Biblioteca Escolar




Desde o início do ano escolar, têm decorrido sessões de formação de novos utilizadores da BE , tendo em vista a utilização autónoma e responsável deste espaço multifuncional.
Até ao dia 25 de Outubro, Dia Internacional da Biblioteca Escolar, já decorreram seis sessões de formação em colaboração com os professores de Português: 10º A2, 10º A3, 10º B, 10º C1, 10º C2 e 10º E.

Palestra «Tavira e a Ria Formosa, que futuro?»


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Comemoração dos 120 anos do nascimento de Álvaro de Campos

"Não sei quantas almas tenho", de Norbeto Nunes, artista plástico ( http://norbertonunes.blogspot.com/)


«Álvaro de Campos nasceu em Tavira, no dia 15 de Outubro de 1890 ( às 1.30 horas da tarde, diz-me Ferreira Gomes: e é verdade, pois, feito o horóscopo para essa hora, está certo.»

Carta a Adolfo Casais Monteiro
Fernando Pessoa, Páginas de Doutrina Estética







ANIVERSÁRIO

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião
[qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a humidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através [das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos [dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há [aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, [com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas o resto na sombra [debaixo do alçado —,~
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

15/10/1929

Álvaro de Campos

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

I Encontro Internacional Álvaro de Campos


No ano em que se comemoram os 120 anos de Álvaro de Campos, a Associação Álvaro de Campos leva a efeito, nos dias 15 e 16 de Outubro, no Hotel Porta Nova, um I Encontro Internacional que promete ser interessante desde a palestra inaugural pela Profª. Doutora Teresa Rita Lopes até à última actividade com o Maestro António Victorino d' Almeida " A música no tempo de Pessoa".


Saiba mais seguindo o link:

http://casaalvarocampos.blogs.sapo.pt/13250.html

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Conferência sobre a 1ª República em Tavira



No âmbito das Comemorações da República, realiza-se, no Auditório da nossa escola, na terça- feira, dia 12 de Outubro, a conferência:
"Saúde e fraternidade: um novo regime, uma nova mentalidade, uma nova cidade?"
Os oradores são quatro dos organizadores da exposição do Palácio da Galeria: "A 1ª República em Tavira - transformações e continuidades", a saber: Marco Lopes e Rita Manteigas, do Museu Municipal de Tavira, Óscar Pinto, do Arquivo Municipal de Tavira, e Pedro Bandarra, da Universidade do Algarve.

A conferência terá duas sessões:
10:05 - 11:35 (cursos diurnos)

21:00 (cursos nocturnos e público em geral)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Prémios escolares e encontro com Moita Flores - Rotary Clue de Tavira



No passado dia 4 de Outubro, o Rotary Clube Tavira promoveu, na Biblioteca Álvaro de Campos, a entrega de prémios escolares, distinguindo os melhores alunos das Escolas Básicas e Secundária de Tavira. No mesmo evento, recebeu o Dr. Francisco Moita Flores para a apresentação local do seu livro: Mataram o Sidónio. Eis a nota que seguiu para a imprensa e que aqui tomamos a liberdade de transcrever:



O Rotary Clube de Tavira entregou, no passado dia 4 de Outubro, pelas 19:00, os prémios escolares do ano lectivo 2009/2010, numa cerimónia na Biblioteca Álvaro de Campos. Esta contou com a apresentação pública nesta cidade do livro Mataram o Sidónio do escritor Francisco Moita Flores, também presente no evento.

O presidente do Rotary Clube de Tavira, Rui Machado, abriu a cerimónia elogiando o mérito escolar dos melhores alunos das Escolas Básicas e Secundárias de Tavira e incentivou os demais estudantes a se destacarem pela excelência dos seus resultados escolares. Foi-lhes entregue uma placa de distinção, um cheque e livros oferecidos pela Livraria Book-it de Tavira.
Verdadeiramente orgulhosos das suas prestações escolares, estes alunos brilhantes agradeceram o prémio que lhes foi atribuído, em discursos assertivos e próprios da genialidade que caracterizam estes alunos, tendo também sido enaltecidos pelo Presidente da Câmara Municipal de Tavira, Dr. Jorge Botelho, e pelo Dr. Francisco Moita Flores.
Os galardoados, suas origens e destinos foram os seguintes:

- Maria Teresa Rodrigues Couto, melhor aluna do 12º ano, Escola 3EB Secundária Dr. Jorge Correia, actualmente estudante de medicina em Lisboa;





- Carlos Moura Pereira Lucas Teixeira, melhor aluno do 9º ano, Agrupamento Vertical de Escolas Dom Manuel I, que prossegue estudos na Escola Secundária de Tavira;






- Marisa Raquel dos Santos Cristo e Brito, melhor aluna do 9º ano, Agrupamento Vertical de Escolas Dom Paio Peres Correia, que prossegue estudos no Colégio Internacional de Vilamoura.





Seguiu-se o momento de apresentação pública do livro Mataram o Sidónio a cargo da Drª Ana Cristina Matias, Professora Bibliotecária da Escola Dr. Jorge Correia, a qual, perante uma plateia lotada, criou uma envolvência no público em torno desta obra de uma forma muito cativante, merecendo o elogio do autor.
Moita Flores falou-nos do seu livro, dos tempos em que decorre a acção do mesmo, e de uma forma tão apelativa que não demoveu o público da sua presença até ao final da sua palestra. Seguiu-se uma breve sessão de autógrafos do autor que encerrou a cerimónia.
O Rotary Clube Tavira organiza há mais de uma década a entrega dos prémios escolares nesta cidade, reconhecimento digno e merecido dos valores da nossa sociedade. No próximo dia 27 de Outubro, o clube vai homenagear os profissionais do ano no concelho de Tavira.Esta distinção é fruto do reconhecimento do mérito profissional e é também uma forma de valorizar o desenvolvimento profissional local, neste clube centenário que assenta em grupos das mais variadas áreas profissionais de todo o mundo.

António Viegas da Silva
Director de Comunicação
Rotary Clube Tavira

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Concorrentes e premiados do Concurso de Cartazes: Centenário da República


Integrado nas Comemorações do Centenário da República, o grupo de História lançou um concurso de cartazes que decorreu até 30 de Abril. Os cartazes estiveram expostos na Sala de Convívio e a 14 de Maio os premiados foram revelados:

1º prémio: Sara Linares e Susana Rufino;

2º prémio: Jessica Fernandes, Sofia Trindade, Dorília Gonçalves e Vanessa Nunes;

3º prémio: Luís Santos e Rafael Mangas.

Como os alunos aderiram com interesse e empenho a esta iniciativa e as comemorações prolongam-se até ao final do corrente ano, aqui publicamos uma compilação de todos os trabalhos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Outubro : Mês da Biblioteca Escolar

Como já é tradição, o mês de Outubro é, internacionalmente, dedicado às Bibliotecas Escolares. Este ano, o slogan é:

DIVERSIDADE.DESAFIO.
RESILIÊNCIA.
Tudo isto numa biblioteca escolar.

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