"Poderá
a tecnologia atenuar a solidão ou,
pelo contrário, contribuirá para
desumanizar o mundo?"
Sei que esta não é a maneira mais correta de
começar uma composição cuidada, mas deixemo-nos de cortesias, porque a ironia
de Ricardo Araújo Pereira está a apoderar-se de mim.
Tecnologia.
Solidão. Estas palavras vão ser o centro da minha composição não muito cuidada.
Quando
pensamos em tecnologia e falamos em cartas, uma ideia assustadora apodera-se de
nós. Vou aproveitar-me dessa ideia.
Primeiro
facto: o número de idosos aumenta, assim como o desenvolvimento da tecnologia,
e por sua vez a solidão. Na
minha opinião, a relação entre o Homem e a Natureza (mundo) estaria bem melhor
há cinquenta anos. Confesso que a tecnologia tem vindo a diminuir os problemas
da sociedade, mas se calhar até demais.
Se
penso que a tecnologia possa atenuar a solidão? Não, não penso. A tecnologia
tem vindo a substituir-nos, a substituir os amigos, a família… Os jogos de
futebol até às dezoito horas são agora videojogos com armas e sangue até às
duas da manhã; o jantar em família tornou-se cada membro ver um canal de
televisão diferente, as cartas às namoradas foram substituídas por e-mails. Agora
pergunto-me: onde está a diversão, a amizade, o tempo? E respondo. Está dentro
do computador e do telemóvel. Desumanizar
o mundo? Já está a acontecer. Os avós ficam sozinhos em casa, porque os netos
estão a jogar computador.
Meus
caros, esta é a minha opinião: estamos a
tornar-nos crias de robots, e daqui a cem anos vamos estar gordos e sentados em
cadeiras sem mexer o dedo, como demonstra o filme Wall.e.
A
solidão? Infelizmente duvido que seja atenuada, bem pelo contrário.
Adriana Justo Correia
- 10º A4
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