O livro que escolhi foi Ética Para Um Jovem de Fernando Savater. A capa é simples, tendo o fundo verde e amarelo. A contracapa é igualmente simples, apresentando-se sob um fundo verde.
Fernando Savater nasceu no dia 21 de Junho de 1947 em San Sebastian, Espanha. É professor, filósofo e escritor. Viveu em San Sebastian até começar a estudar filosofia na Universidade Complutense de Madrid. Trabalhou como professor assistente na Universidade de Ciências Políticas e Filosofia na Universidade Autónoma de Madrid, onde foi afastado do ensino em 1971 por motivos políticos. Também foi professor de Ética e Sociologia na UNED e professor de Ética na Universidade do País Basco por mais de uma década. Colabora regularmente no jornal El Pais. É co-director ao lado de Javier Pradera, desde a sua fundação na revista Claves para la Razón Práctica.
Fernando Savater fez parte de vários grupos a favor da paz e contra o terrorismo no País Basco, como o Movimento para a Paz e Não-Violência Fórum Ermua, e agora ¡Basta Ya! Este movimento recebeu do Parlamento Europeu o “Prémio Sakharov de direitos humanos”. Recebeu também entre outros galardões o “Prémio Francisco Cerecedo” da Associação de Jornalistas Europeus. Pertence ao partido político Unión Progreso y Democracia. É, ainda, um dos pensadores mais destacados de Espanha e tem vindo a ganhar grande popularidade no mundo inteiro.
Ética Para Um Jovem fala sobre a ética. A ética não é mais do que uma disciplina filosófica que estuda os problemas da nossa interacção na sociedade e as consequência das nossas acções, que afectam sempre, positivamente ou negativamente, os outros seres. Tem valores implicados, tais como, a justiça, igualdade, liberdade, patriotismo, e também alguns conceitos como o direito e o dever, que têm ou podem ter influência nas nossas acções. Esta disciplina avalia e considera o que é uma acção boa ou o que é uma acção má, o que pode pôr em causa os direitos e deveres de cada um, sendo nós seres conscientes e responsáveis pelos nossos actos.
Neste livro é focada a igualdade, liberdade e justiça. A igualdade é muito discutida no livro principalmente quando se invoca os direitos e os deveres dos homens. Quando se fala de igualdade refere-se à igualdade entre os homens de uma sociedade, isto é, distribuir o bem-estar de igual modo por todos os homens e também implica que estes sejam respeitados e se respeitem uns aos outros. Este valor ético é crucial, pois é um dos ideais dos direitos humanos. Para este valor ser cumprido é necessário existir tolerância, cooperação e respeito pelas diferenças entre os homens. A igualdade, os direitos humanos e todos os valores éticos partem de um conceito, o chamado Humanismo. Não basta que o homem seja um ser livre. Para existir igualdade entre todos os homens, não os podemos tratar como coisas, mas sim como homens. Por isso, Savater propõe uma máxima: “devemos tratar os outros como gostamos que nos tratem a nós”. Deste modo, é possível existir uma interacção respeitosa e pacífica entre os homens.
Uma das histórias que o escritor relata no livro passa-se na Antiguidade. Um filósofo romano estava a discutir com um amigo que negava a liberdade humana e garantia que, para todos os homens, não há maneira de evitar fazer o que fazem. O filósofo pegou no seu bastão e começou a dar-lhe pauladas com toda a sua força “Já chega? Não batas mais!”, dizia-lhe o outro. E o filósofo, sem deixar de surrá-lo, continuou a argumentar: “Não dizes que não sou livre e que quando faço uma coisa não posso evitar fazê-la? Pois então não gastes saliva a pedir-me que pare: sou automático."
Afonso Freire, n.º 2, 11º C1
SAVATER, Fernando, Ética Para Um Jovem, 13ª edição, Dom Quixote, Lisboa, 2005.
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